Veja a dinâmica dos interrogatórios de Bolsonaro e outros sete no STF
Ministro Alexandre de Moraes se senta ao centro da mesa de ministros e é responsável por conduzir as audiências
Brasília|Do R7

O STF (Supremo Tribunal Federal) deu início nesta sexta-feira (9) aos interrogatórios do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado. Todos os envolvidos devem permanecer no local durante todo o período de questionamentos.
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência e delator no processo, é o primeiro a depor, por firmar um acordo de colaboração premiada. Inicialmente, Cid e Bolsonaro sentariam lado a lado, mas o STF decidiu alterar suas posições na sala de audiência.
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Sala
As audiências estão sendo realizadas presencialmente na Corte. A única exceção é o interrogatório do general Walter Braga Netto, que será feito por videoconferência, já que o militar está preso.
Os interrogatórios ocorrem na sala da Primeira Turma do STF. O ministro Alexandre de Moraes, que conduz o processo, se senta ao centro da mesa de ministros e é responsável por conduzir as audiências. Estão autorizados a acompanhar os trabalhos o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e os ministros da Primeira Turma: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Dinâmica
Nesta fase processual, os questionamentos seguem a seguinte ordem: primeiro fala o juiz instrutor, ministro Alexandre de Moraes; depois, o procurador-geral da República; e, por fim, as defesas dos corréus — sempre seguindo a ordem alfabética dos réus.
À frente de Moraes, há uma mesa com dois lugares, onde se sentam o réu da vez e seu advogado. Atrás, foram organizadas oito mesas individuais, separadas por cerca de um palmo, para acomodar os demais réus e seus advogados.
Nas fileiras anteriores, podem se posicionar outras bancas de advogados. Nas laterais superiores da sala, à direita e à esquerda, estão os profissionais da imprensa.
Ordem dos réus na sala
Veja a ordem dos interrogatórios dos acusados de tentativa de golpe de Estado
Os réus estão sentados da direita para a esquerda, na seguinte ordem:
- Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens da Presidência;
- Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil.
Calendário dos interrogatórios
No dia 9, os depoimentos estão previstos para ocorrer das 14h às 20h. Caso seja necessário, o ministro Alexandre de Moraes já designou datas adicionais para dar continuidade às audiências:
- 10 de junho, das 9h às 20h;
- 11 de junho, das 8h às 10h;
- 12 de junho, das 9h às 13h;
- 13 de junho, das 9h às 20h.
O ministro deixou claro que os réus têm o direito constitucional de falar ou permanecer em silêncio.
Na quinta-feira (5), Moraes negou um pedido da defesa do general Walter Braga Netto para suspender os interrogatórios. A defesa alegou não ter tido tempo suficiente para analisar mídias, áudios e vídeos apreendidos pela Polícia Federal e solicitou que os interrogatórios ocorressem apenas após oitiva das testemunhas dos demais núcleos investigados — o que foi rejeitado.
Após os interrogatórios, Moraes elaborará o relatório final do caso e apresentará seu voto para julgamento. A conclusão dessa etapa ainda não tem data definida. Quando finalizado, o processo será liberado para inclusão na pauta do STF.
A expectativa é de que o julgamento do “núcleo 1″ ocorra entre setembro e outubro deste ano.
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